Bitcoin segue em queda e deixa casa dos US$ 20 mil

O cenário no mercado cripto não está dos melhores, e prova disso é o Bitcoin que continua em queda. Nesta quarta-feira (29), a maior criptomoeda do mundo experimentou uma queda de 5,27% em seu valor, o que a tirou da casa dos US$ 20 mil, de acordo com dados fornecidos pela CoinMarketCap.

Na prática, a moeda atingiu o valor de US$ 19.841, e analistas ao redor do mundo atribuem essa queda do Bitcoin a vários fatores, desde preocupações macroeconômicas a problemas com empresas de criptomoedas, que continuam pesando no mercado.

O Bitcoin tem sido negociado dentro de um intervalo apertado nas últimas duas semanas, incapaz de fazer um grande movimento muito acima de US$ 22 mil. Um dos pontos que se deve observar é que a inflação continua alta, enquanto os bancos centrais também estão buscando novos aumentos nas taxas, provocando temores de uma recessão nos EUA e em outros lugares.  O que acontece, conforme comentam os entusiastas do assunto, é que o Bitcoin está intimamente relacionado aos movimentos nos mercados de ações dos EUA e tende a segui-los, tanto para cima quanto para baixo, acompanhando as ascensões e quedas. 

De acordo com o último relatório da CoinShares, as saídas de fundos específicos do Bitcoin totalizaram US$ 453 milhões , essencialmente eliminando todas as entradas feitas nos últimos seis meses. Em outras palavras, os investidores se sentem menos confortáveis ​​com ativos de risco e estão deixando de lado as criptomoedas.

A estimativa é que o Bitcoin seja mantido entre US$ 17 mil e US$ 22 mil por um tempo, dadas as condições atuais do mercado. De qualquer forma, a queda nos preços nas últimas semanas eliminou bilhões de dólares em valor do mercado de criptomoedas e ainda por cima expôs grandes problemas de liquidez em empresas de todo o setor.

Entenda o cenário atual do mercado cripto

Os ativos de risco caíram desde que o Federal Reserve dos Estados Unidos e outros bancos centrais decidiram buscar aumentos de taxas para combater a inflação crescente. Para se ter uma noção, o Fed chegou a elevar as taxas de juros em 50 pontos-base, marcando um ajuste histórico. E olha que foi apenas o segundo de uma previsão de sete reajustes tarifários para este ano. No Criptos, já chegamos a abordar a influência dos Bancos Centrais nos preços das criptomoedas.

A desaceleração do mercado de criptomoedas também está forçando mais empresas a avaliar suas práticas de gerenciamento de custos, com direito a demissões em massa. Para se ter uma noção, a exchange Coinbase recorreu à redução de 18% da equipe — o equivalente a 1.100 funcionários, de acordo com um documento registrado na Comissão de Valores Mobiliários (SEC). 

Os executivos da Crypto.com também anunciaram que a exchange com sede em Cingapura reduziria sua força de trabalho: menos 260 funcionários, o que representa 5% da empresa.  Além da Coinbase e da Cryptos.com a corretora de criptomoedas Gemni, criada pelos gêmeos bilionários Tyler e Cameron Winklevoss, demitiu 10% dos funcionários e fechou todos os escritórios físicos.