Luna Classic (LUNC) dispara, mas segue longe de seus dias de glória

Lembra da LUNA, que colapsou a ponto de se transformar em Luna Classic (LUNC) para dar espaço a um novo token homônimo? Surpreendendo a todos, o valor dessa cripto subiu notavelmente nesta semana, fazendo com que ela atingisse o valor de US$ 0,000521 na manhã desta quinta-feira (8), seu preço mais alto desde o famigerado colapso, que aconteceu em maio.

No entanto, vale refrescar a memória: a criptomoeda chegou a custar mais de US$ 100 em abril deste ano, antes que a onda de problemas começasse a surgir. 

Em maio, a criptomoeda nativa da blockchain Terra  enfrentou um colapso quando seu valor caiu mais de 99%.  Seu valor estava em US$ 60, mas chegou a US$ 0,01. Frente a esse ocorrido, as atividades foram interrompidas como uma tentativa de proteger a rede de possíveis ataques de governança. O anúncio da suspensão das atividades foi publicado no Twitter da própria empresa em questão.  

O movimento seguiu uma série de eventos dramáticos que desencadearam um declínio sem precedentes no preço de LUNA e da stablecoin TerraUSD (UST). Apenas para se ter uma noção: a stablecoin, que foi projetada para manter a paridade algorítmica com o dólar norte-americano, perdeu tanto a sua indexação que chegou a US$ 0,30.

A dinâmica, até então, era a seguinte: quando o preço da stablecoin UST era superior ao do dólar, a Terra incentivava que os investidores trocassem por LUNA. Quando o dólar estava mais valorizado em relação à UST, a estratégia era fazer justamente o movimento contrário. A grande promessa da TerraUSD era manter paridade com o dólar sem depender da custódia de dólares, considerando que o objetivo central do mercado de criptomoedas é a descentralização.

Apesar de tudo ter sido bem repentino, alguns especialistas da área defendem que os sinais de desastre em torno da UST e da LUNA já estavam pairando no ar há algum tempo, apenas esperando um motivo para emergir. Tudo começa com o próprio cofundador do protocolo, Do Kwon, que anunciou a pretensão de comprar um total de US$ 10 bilhões (cerca de R$ 50 bilhões) em Bitcoin, para servir como reservas da UST. Essas compras resultaram em um excesso de oferta de UST, que começou a cair rapidamente quando a pressão de venda começou a aumentar.

Nova Luna

No dia 31 de maio, aconteceu o lançamento da Terra 2.0, assim como sua criptomoeda LUNA, na tentativa de deixar o recente passado obscuro de um colapso notável. No entanto, a tão aguardada ressurreição não foi bem: apenas algumas horas depois de atingir um pico de US$ 19,53 (o equivalente a R$ 92,8), a cripto sofreu uma queda brusca de valor, chegando a US$ 4,39 (R$ 20,8).

Do ponto de vista dos especialistas do mercado cripto, a principal razão dessa desvalorização intensa da Luna foi justamente o fato de Terra ter precisado se sujeitar a essa reformulação completa. O que acontece é que os analistas estão profundamente céticos sobre as chances da Terra 2.0 ser um sucesso. O projeto deve que competir com uma série de outras redes com a infraestrutura semelhante, como Ethereum, Solana e Cardano.