As 10 criptomoedas mais promissoras de 2021
O ano de 2021 começou
com o mercado de criptomoedas ultrapassando a marca de 1 trilhão de dólares em
total de capitalização de mercado logo no início de janeiro.
Essa marca é importante porque em janeiro de 2018 o mercado havia chegado em
800 bilhões de dólares mas logo depois despencou e terminou o mesmo ano com
aproximadamente 100 milhões de dólares.
Aos poucos o mercado voltou a subir, principalmente em 2020, ano que houve o halving
do Bitcoin e também o ano em que governos no mundo todo imprimiram trilhões de
dólares para estimular a economia por causa da pandemia do Covid-19.
Muitos esperam que 2021 seja um ano de muita valorização das criptomoedas e
então fica no ar a seguinte pergunta:
Quais são as criptomoedas mais promissoras de 2021?
Neste artigo vou tomar
o desafio de fazer essa árdua tarefa, visto que existem mais de 8000
criptomoedas segundo o Coinmarketcap.
É praticamente impossível acompanhar todos os projetos e muitas dessas
criptomoedas são cópias, memes e até podem ser fraudes.
O objetivo desse autor não é
dar dica de investimento e sim buscar identificar as 10 criptomoedas mais promissoras
de 2021, considerando principalmente os quisitos fundamentos, adoção e inovação
tecnológica.
Segue abaixo a lista e um breve resumo de cada uma:
1 – Bitcoin (BTC)
A maior e mais
conhecida criptomoeda não poderia estar de fora da lista.
O Bitcoin possui mais de 60% do mercado de capitalização total desse mercado, é
o pioneiro já estando com sua rede funcionando desde 2009.
É ele quem até hoje praticamente dita o movimento de todas as outras
criptomoedas.
Quando o BTC se valoriza muito em relação ao real e ao dólar, logo depois as
demais costumam. subir também. Já quando a maior criptomoeda tem uma forte
queda, as criptomoedas menores costumam cair ainda mais.
Para aumentar ainda mais a sua popularidade, muitos investidores e presidentes
de empresas do mercado tradicional começaram a investir nesse mercado, sempre
começando pelo Bitcoin.
É o caso de Paul Tudor Jones, um dos gestores de Hedge fundo mais conhecidos de
Wall Street, Michael Saylor, CEO da Microstrategy, que é listada na bolsa NASDAQ
e agora recentemente até Elon Musk, CEO da Tesla e SpaceX.
O Bitcoin praticamente estagnou em termos de tecnologia, visto que as
transações são lentas, demoram para confirmar e as taxas para transacionar na
rede estão bastante altas, acima de 100 reais recentemente.
Mesmo assim o Bitcoin segue se valorizando principalmente como aposta para
servir como uma proteção para inflação e seguindo a tese de se tornar o “ouro
digital”.
2 – Ethereum (ETH)
O Ethereum é a plataforma
blockchain pioneira no lançamento de smart contracts com possibilidade de criar
tokens em sua rede, além de aplicativos descentralizados como as finanças
descentralizadas (DeFi), que estão crescendo exponencialmente nos últimos 10 meses
e praticamente todos os aplicativos de DeFi do mercado rodam dentro do
Ethereum.
O token nativo para transacionar no Ethereum é o ETH, que é o segundo maior do
mercado de criptos em mercado de capitalização.
Ao ler o whitepaper
do Ethereum é fácil perceber que ele foi bastante inspirado no Bitcoin e
inclusive utiliza o mesmo protocolo de consenso que o BTC, sendo que ambos
seguem a cadeia mais longa para decidir qual caminho seguir quando os
validadores precisam validar uma transação.
Ainda que os investidores institucionais ainda estejam, em sua maioria, falando
apenas do Bitcoin, é bastante provável que o Ethereum seja o próximo alvo
desses investidores.
Na semana passada entrou em operação um fundo da Grayscale
regulado pela SEC (a comissão de valores imobiliários dos EUA, similar à CVM no
Brasil) para investidores acreditados terem exposição ao ETH.
O mesmo já havia ocorrido com o BTC anteriormente com um fundo também da Grayscale.
Apesar da grande infraestrutura sendo criada para o a pioneira dos smart
contracts, ela possui as mesmas limitações do Bitcoin, e atualmente também
possui taxas altas e lentidão na rede, tanto na velocidade de transação (TPS),
quanto na demora para confirmar transações.
Mas diferente do Bitcoin, o Ethereum já colocou em um andamento um upgrade
chamado de ETH 2.0, quem que resumidamente, irá aumentar a velocidade de
transação e diminuir o valor das taxas.
Porém o tempo de confirmação das transações não terá melhora e continuará
lento.
O upgrade deve durar aproximadamente 2 anos para ser implementado, mas mesmo
assim muitas pessoas seguem confiante no crescimento do Ethereum e confiando em
futuras melhorias para o sistema se tornar escalável em grande escala.
3 – Avalanche (AVAX)
Avalanche é um nova
plataforma Blockchain que teve sua rede principal entrando em funcionamento
em setembro do ano passado e seu token nativo é o $AVAX.
Essa plataforma é baseada no novo e revolucionário protocolo
de consenso também chamado de Avalanche, que permite velocidade de transação
centenas de vezes maior que a do Bitcoin e do Ethereum e finaliza transações em
menos de 1 segundo. Além disso é bastante descentralizada e suporta ataques
acima de 51%, ainda mais do que o protocolo de consenso Nakamoto, criador do
Bitcoin.
Além disso também permite a criação de smart contracts, criação de tokens e
finanças descentralizadas e ainda vai mais longe sendo possível criar
blockchains inteiras dentro das subnets do Avalanche.
Possui também avançada capacidade de interoperabilidade entre blockchains e o
máquina virtual do Ethereum (EVM), já roda dentro do Avalanche, permitindo que
qualquer aplicação do Ethereum seja facilmente implementada no Avalanche.
Por essa razão o Avalanche está sendo conhecido como a internet das finanças,
porque sua plataforma permite a criação até de blockchains privadas e tem
flexibilidade e escalabilidade para acomodar todo o mercado de ações global.
Somente esse ano o token $AVAX valorizou de apenas $3 dólares para $13 dólares,
enquanto escrevo esse artigo.
Mesmo assim por ser um projeto novo ocupa apenas a 44ª posição em tamanho de
mercado e portanto ainda tem muito espaço para crescimento.
4 – Quant (QNT)
Quant (QNT) é o token usado para acessar o Overledger, um ambicioso projeto com foco em interoperabilidade que tem como objetivo conectar todas as blockcains com todo o sistema financeiro tradicional e também empresas de diversos setores.
O Overledger roda uma camada acima das blockchains e possui uma tecnologia que permite conectar esses sistemas.
Em menos de 10 meses desde o lançamento de Overledger em 2018, eles forneceram interoperabilidade com toda a gama de tecnologias DLT (banco de dados distribuídos) de muitos blockchains, desde líderes de blockchains privadas como Hyperledger, R3’s Corda e JP Morgan’s Quorum, variantes autorizadas de Ethereum e Ripple (XRPL), bem como o principais blockchains públicas, como Bitcoin, Stellar, Ethereum, IOTA e EOS. Além disso, o Overledger também se conecta a redes existentes, tem parceria com Oracle, Sia, Amazon AWS e faz tudo isso de uma maneira que é extremamente escalável, sem impor restrições e pode facilmente integrar em aplicativos de redes existentes apenas adicionando 3 linhas de código.
Além disso, Gilbert Verdian, o fundador e CEO do projeto, possui vasta experiência com cybersecurity e já trabalhou em cargos de diretoria (C Level), de processadores de pagamento e também em bancos centrais. Por isso o projeto tem grande potencial para ser implementado nas moedas digitais dos bancos centrais (CBDC)
QNT é um token ERC 20 que roda em cima da blockchain do Ethereum, mas em teoria também poderia migrar para qualquer outra blockchain no futuro.
O total de tokens 14.612.493 já foi emitido e portanto possui inflação zero, o que garante que, conforme a demanda do QNT aumente, seu preço também se valorizará.
Atualmente ocupa apenas a posição 78, segundo o Coinmarketcap.
5 – Terra (LUNA)
LUNA é a criptomoeda do ecossistema de moedas estáveis (stable coins) Terra
e tem como função manter a estabilidade das stable coins, assim como a Lua
ajuda a manter a estabilidade do planeta Terra.
Esse sistema de moedas estáveis como o UST (pareado com o dólar americano) e o
KRT (pareado com o Won sul coreano) são utilizadas para pagamentos e o sistema
está focado em ser utilizado por grandes redes de pagamento como os cartões de
débito da CHAI, muito utilizado na Coréia do Sul.
Nesse sistema as pessoas utilizam a blockchain sem nem saber que a estão utilizando
e as taxas que são cobradas servem como remuneração para quem faz staking de
LUNA, ou seja, depositam suas moedas em um endereço específico para aumentar a
segurança da rede.
Por essa razão a quantidade de taxas transacionadas na blockchain da Terra é a
terceira maior do mercado, perdendo apenas para Bitcoin e Ethereum.
Atualmente o token LUNA ocupa apenas a posição 53 entre as maiores em mercado
de capitalização, segundo o Coinmarketcap.
Além disso as stablecoins do Sistema Terra estão ampliando seu alcance e também
começaram há menos de 2 meses a serem utilizadas no protocolo
Mirror, que permite a criação de derivativos sintéticos que espelham o
valor de ativos do mudo real como ações, commodities, etc.
6 – Mirror (MIR)
O protocolo MIRROR
permite criação de derivativos sintéticos que espelham o valor de ativos do
mudo real como ações, commodities, etc.
Apesar de ter sido lançado há menos de 2 meses, já é possível comprar ativos
sintéticos de ações de empresas como Amazon, Google, Tesla, Apple e Facebook e
também de commodities como ouro e prata.
Tudo isso de maneira descentralizada e operando 24 horas por dia e 7 dias por
semana.
E já está em votação para aprovação a criação de ativos sintéticos para ações
da Game
Stop, a empresa mais falada atualmente em Wall Street devido à
popularização do grupo do Reddit conhecido como Wall Street Bets.
O token MIR é o token de governança do protocolo MIRROR permite votar em
mudanças no protocolo, criação de novos sintéticos, etc.
Quem faz staking de LUNA recebe tokens MIR e também é possível fazer staking de
MIR e também acumular mais tokens.
O token MIR possui mercado de
capitalização de 130 milhões de dólares e está sendo negociado a $4,5 dólares
no momento em que escrevo esse artigo.
Somente como comparação, o projeto mais parecido
com o Mirror é o Synthetix, que também emite derivativos sintéticos do BTC, ETH
e também ativos do mundo real como ouro, prata e os índices Nikkei (bolsa
japonesa) e FTSE (bolsa de Milão na Itália).
O token respectivo é o SNX que atualmente tem o
espantoso mercado de capitalização de aproximadamente 2 bilhões de dólares, 15
vezes maior que o MIR.
O MIR ocupa apenas a posição 223 do Coinmarketcap entre as maiores em capitalização.
7 – Uniswap (UNI)
UNI é o token de governança da Uniswap, a maior corretora descentralizada do mundo, que chega em alguns momentos a superar o volume diário de transações até de corretoras centralizadas como a Coinbase, maior corretora americana.
A maioria dos tokens UNI foi distribuído para a comunidade que já tinha interagido alguma vez com a corretora descentralizada (DEX) Uniswap.
Cada uma dessas pessoas recebeu em 17 de setembro de 2020 400 UNI, sendo que atualmente 1 UNI = $20,23 USD.
Ou seja, mesmo sem comprar o token diretamente, quem segurou os tokens tem atualmente o equivalente a R$44.000,00, que é mais de 3 vezes o valor que recebe por ano um trabalhador brasileiro que recebe um salário mínimo por mês.
Nada mal para quem apenas entrou na Uniswap e fez uma simples compra ou venda de criptomoedas.
Com o mercado de DeFi em plena expansão existe uma forte tendência do UNI continuar se valorizando.
Apesar de as taxas para transacionar na Uniswap estejam altas e a velocidade de confirmação não sejam tão rápidas porque a DEX roda em cima da Blockchain do Ethereum, o número de usuários segue crescendo.
A UNI ocupa a posição 13 do Coinmarketcap.
8 – Pangolin (PNG)
Esse token ainda nem
foi lançado mas está sendo muito aguardado pela comunidade do Avalanche e pelo
mercado de criptos em geral.
Pangolin é uma corretora
descentralizada, no modelo da Uniswap, que está prevista para ser lançada no
primeiro trimestre de 2021, junto com a ponte Avalanche – Ethereum, que permite
que tokens do Avalanche sejam rodados dentro do Ethereum e vice-versa.
Dessa maneira o AVAX e tokens do Avalanche poderão, por exemplo, serem negociados
na Uniswap e também o ETH e todos os tokens do Ethereum poderão ser negociados
na Pangolin.
A grande vantagem da Pangolin é que por rodar em cima da blockchain do
Avalanche ela será a DEX mais rápida do mercado e terá taxas baixíssimas, menores
que 1 centavo de dólar por transação.
PNG é o token de governança da Pangolin, que será distribuído primeiramente em
um airdrop para quem tinha os tokens UNI e SUSHI no dia 07 de dezembro de 2020.
O total desse airdrop será 26 milhões de tokens, que corresponde a 5% do total
dos 512 milhões de tokens totais. Os 95% restante serão emitidos durante um período
de 28 anos em escala decrescente para quem gerar liquidez com liquidity mining
para a DEX Pangolin.
100% dos tokens serão assim distribuídos para usuários.
9 – Chainlink (LINK)
Chainlink é um Oracle descentralizado que roda em cima da rede do Ethereum.
Oracles são sistemas muito importante para alimentar as blockchains com os dados do mundo de fora da Blockchain, como por exemplo os preços das criptomoedas.
Blockchain não tem a capacidade de se conectar diretamente com dados do mundo externo, por isso essa ferramenta é essencial para blockchains.
O mercado de DeFi precisa de Oracles para alimentar seus sistemas com dados e por isso a demanda pelo uso do LINK tem aumentado muitos nos últimos 12 meses.
A criptomoeda é o LINK, que é um token ERC20 do Ethereum.
O LINK também já está sendo integrado com o Avalanche e com o The Graph (GRT).
Enquanto o mercado de DeFi continuar crescendo, LINK tem potencial para seguir sua escalada.
Atualmente o LINK já está no top 10 das criptomoedas e ocupa a posição 7 do Coinmarketcap.
10 – The Graph (GRT)
The
Graph é um protocolo descentralizado para indexação e
consulta de dados de blockchains, começando com Ethereum. Torna possível
consultar dados que são difíceis de consultar diretamente.
O projeto iniciou no final de 2017 e já conseguiu levantar fundos no valor de
$7,5 milhões de dólares.
A equipe de desenvolvedores do The Graph veio
preparando nos últimos a mudança do atual sistema centralizado para uma rede
blockchain descentralizada visando aumentar a segurança do sistema, evitando
assim ter pontos de falhas, comumente presentes em sistemas centralizados.
E o projeto segue a todo vapor.
Aplicações de DeFi como
Uniswap, Synthetix, Gnosis, AAVE, Aragon, Moloch e muitos outros já utilizam os
serviços do The Graph atualmente.
O token é o GRT, que é um token ERC20 do Ethereum, porém o The Graph deve ser
ser integrado com o Avalamche em um futuro breve.
A rede principal foi lançada no final de 2020 e a venda pública do token GRT
foi realizada em setembro de 2020.
Durante a venda pública houve uma certa preocupação de vários investidores
porque o time de desenvolvedores não divulgou oficialmente o valor de cada GRT
vendido durante a venda privada no início de 2019 que levantou $7,5 milhões de
dólares.
Algumas pessoas que supostamente tiveram acesso a essas informações disseram
que o valor fora muito menor do que o valor da venda pública inicial.
Esses tokens da venda privada estão congelados e serão liberados em meados de
junho de 2021, o que tende a gerar uma forte pressão vendedora.
Por essa razão algumas pessoas, incluído esse autor, não participaram da venda
pública inicial.
Porém a despeito de tudo isso o GRT já se valorizou mais de 20 vezes em relação
ao preço da venda pública e já ocupa a posição 43 do Coinmarketcap.
The Graph é um projeto inovador e único no ecossistema das blockchains.
Assim como Oracles, indexadores como o The Graph são essenciais para melhor
funcionamento de blockchains, especialmente com DeFi.
Marcelo
Pravatta é engenheiro eletrônico formado pela USP, coproprietário do site www.criptos.com.br , entusiasta de
criptomoedas e escola austríaca de economia