Empresa rouba 2 mil investidores de criptomoedas e vira alvo de operação militar no Rio

Os golpes relacionados ao mercado de criptomoedas têm sido cada vez mais frequentes no Brasil, e o mais recente deles aconteceu em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro. Nesta segunda (4), a Polícia Civil anunciou uma operação contra uma suposta quadrilha de empresários responsável pelo prejuízo de pelo menos 2 mil investidores.

Os suspeitos da pirâmide financeira são os sócios da Alpha Consultoria — o empresário Sadraqui de Freitas,  de 30 anos, e o ex-pastor evangélico Nathan Assis de Oliveira, de 33 anos. A empresa em questão era conhecida por oferecer uma espécie de mediação de investimentos em criptomoedas, com a promessa de entregar rendimentos de até 30% ao mês.

De acordo com a Polícia Civil, a Alpha Consultoria foi aberta em fevereiro do ano passado, e dois meses depois da inauguração já começou a atrasar o pagamento dos rendimentos aos clientes. Frente às questões dos investidores, os suspeitos usavam como justificativa o bloqueio das contas, realizado por uma exchange.

As autoridades solicitaram informações e os investigadores receberam uma resposta oficial dessa exchange, que não só assegurou que esse suposto bloqueio não aconteceu, como também ressaltou que a quantia disposta nas contas da empresa era baixa a um nível alarmante, por sua insuficiência na tarefa de cumprir com o que foi anunciado aos clientes no momento da negociação..

A Polícia Civil ainda anuncia que as acusações envolvem estelionato, associação criminosa e crime contra a economia popular, e giram em torno da movimentação de R$ 200 milhões em menos de um ano, em suas respectivas contas bancárias. 

Outro fator que chama atenção em toda a ocasião é que a dupla acusada já respondeu por inúmeras práticas como estelionato, organização criminosa, associação criminosa e lavagem de dinheiro. Para se ter noção, um dos sócios (Oliveira) tem 24 anotações, e o outro (Freitas) já conta com 30. Apesar disso, nenhum deles chegou a ser preso.

Operação Aryan

Com isso, a Polícia Civil do RJ passou a seguir com o que ganhou o título de Operação Aryan. O nome remete a Zawyet el-Aryan, uma cidade localizada entre Gizé e Abusiruma, no Egito, conhecida por abrigar uma misteriosa pirâmide em ruínas, como uma referência à prática do esquema de pirâmide financeira (formação de uma cadeia de pessoas que são atraídas por promessa fraudulenta de ganhos fáceis). A operação em questão dedicada à prisão desses dois sócios. Ambos já foram procurados em diferentes localizações, como alguns em condomínios de luxo, por exemplo.

No entanto, ninguém foi encontrado ainda, então os fundadores da Alpha Consultoria seguem foragidos. Ainda assim, as autoridades chegaram a conduzir nove mandados de busca e apreensão, cumpridos em Niterói, São Gonçalo e Zona Oeste da capital Rio de Janeiro. As penas somadas podem chegar a dez anos de reclusão.

Não é a primeira vez que uma empresa de criptomoedas do Rio de Janeiro é alvo de investigação pela Polícia Federal. A GAS Consultoria Bitcoin, sediada em Cabo Frio, atraiu a atenção do Ministério Público no ano passado, justamente pela prática de pirâmide financeira disfarçada de aplicação nas moedas digitais.