São Paulo usa stablecoin USDC e patrocinadora cripto para contratar novo jogador

O São Paulo FC utilizou a stablecoin USDC para contratar seu mais novo jogador, o argentino Giuliano Galoppo, que pertencia ao Banfield. O anúncio foi feito na última terça-feira (26). O valor dos direitos econômicos foi de US$ 4 milhões (R$ 21,2 milhões), mas o custo total da operação, incluindo taxas e comissões, gira em torno de US$ 6 milhões (R$ 32 milhões), segundo apurações do Globo Esporte.

O criptoativo escolhido para a transação entre brasileiros e argentinos nessa contratação de Giuliano Galoppo foi o USD Coin (USDC), uma stablecoin pareada com o dólar. Atualmente, 1 USDC está valendo o equivalente a R$ 5,27. A contratação de jogadores através de criptomoedas é um método pouco tradicional no futebol brasileiro, mas já é visto com mais frequência na Europa, por exemplo.

Com dificuldades de achar investidores no mercado, o São Paulo recorreu aos seus atuais patrocinadores, como a “Bitso”, empresa de venda e compra de criptomoedas e parceira do clube. A empresa foi a responsável por viabilizar o modelo, e os pagamentos serão parcelados.

Em entrevista ao Globo Esporte, o clube afirma que vai utilizar a sua conta na plataforma de negociação de criptomoedas, o time paulista vai comprar a quantidade de moedas digitais necessária para firmar o acordo. “Compramos uma criptomoeda que definimos o valor com o Banfield, com uma consultoria da Bitso. O Banfield abre uma conta na Bitso da Argentina e fazemos a transferência através da criptomoeda”, explica Eduardo Toni, diretor-executivo de marketing do time.

Na ocasião, o dirigente do São Paulo aproveitou para explicar o plano utilizado para gerar a receita necessária. “O São Paulo desenvolveu modelos de monetização. Os patrocinadores e anunciantes vão ser sócios-cotistas. Essa parceria viabilizou a chegada do jogador. É uma engenharia de marketing com os nossos atuais parceiros”, esclareceu.

Entretanto, por conta de algumas cláusulas de confidencialidade, o clube não pode revelar quais são os patrocinadores que farão parte dessa composição nesse primeiro momento. O diretor de marketing não revelou os valores envolvidos nos acordos e nem quantos patrocinadores estão no “pacote” da contratação de Galoppo, mas dentro dessa composição haverá recurso garantido para os pagamentos.

Criptomoedas no esporte

Além do futebol, outros esportes já aderiram às criptomoedas.  No último mês de março, o lutador Matheus Nicolau chamou a atenção da comunidade cripto ao optar por receber seus ganhos de luta em Bitcoin. O acordo foi assistido pelo serviço de folha de pagamento Bitwage. O argumento do lutador é a proteção contra a crescente inflação na economia brasileira. No entanto, o UFC não é o único evento da categoria esportiva a aderir às inovações do mercado cripto.

Além do São Paulo, vários clubes profissionais de futebol ao redor do mundo, incorporaram empresas de criptomoedas como seus principais parceiros de marca nos últimos anos.  Para se ter uma noção, em novembro de 2021, a exchange Crypto.com chegou a pagar nada menos que US$ 700 milhões (R$ 3,3 bilhões) pelos direitos do estádio dos Lakers, em Los Angeles (EUA).