Rainha das criptomoedas ingressa lista dos dez criminosos mais procurados do FBI
No último dia 30, o FBI anunciou que Ruja Ignatova, conhecida como ‘rainha das criptomoedas’, entrou para a lista dos dez criminosos mais procurados pela organização. A búlgara é acusada de fraude, gerando um prejuízo de mais de US$ 4 bilhões (o equivalente a cerca de R$ 20 bilhões) nas vítimas. Trata-se da única mulher na lista dos dez mais procurados pelos agentes.
“O FBI adicionou Ruja Ignatova à sua lista dos dez fugitivos mais procurados. Ela é procurada por sua suposta participação em um esquema de fraude em larga escala envolvendo criptomoedas. Oferecemos recompensa de até US$ 100 mil por informações que levem à sua prisão”, diz a publicação no Twitter.
Ignatova foi a criadora do OneCoin, uma suposta criptomoeda que mais tarde foi identificada como um esquema de pirâmide. O que acontece é que em 2014, os criadores da cripto começaram a oferecer comissão aos compradores da moeda que conseguissem vendê-la para mais pessoas. Conforme as declarações dos agentes do FBI, a OneCoin não tinha nenhum valor e nunca usou a tecnologia blockchain, comum a outras criptomoedas.
Os crimes de Ignatova não param por aí: sua empresa também foi acusada de subornar os presidentes da Sérvia e da Bulgária, por exemplo.
Onde a rainha das criptomoedas está?
Ruja Ignatova atualmente se encontra escondida em um iate de luxo no Mar Mediterrâneo, conforme comentaram as autoridades alemãs durante uma entrevista ao jornal Bild, na última segunda-feira (4).
A razão de se esconder no Mar Mediterrâneo, segundo a polícia alemã, é que a rainha das criptomoedas acredita que está fora do alcance da jurisdição e as autoridades não poderão prendê-la nessa localização. Ainda segundo o jornal, Ruja pintou os cabelos de loiro e fez plásticas no nariz, mandíbula, bochechas e lábios para não ser reconhecida.
Engana-se, no entanto, quem acha que é apenas o FBI que está atrás da búlgara: Ruja é procurada também pela Interpol, em 194 países. Sua fortuna é avaliada em 4 bilhões de euros (equivalente a R$ 22,2 bilhões).
“[Ruja Ignatova] fez seu esquema no tempo certo, beneficiando-se da especulação frenética dos primeiros dias da criptomoeda”, estima Damian Williams, principal promotor federal de Manhattan. A criminosa foi vista pela última vez embarcando em um voo da Bulgária para a Grécia em 2017, e está desaparecida desde então.
FBI busca brasileiros
Em maio, o FBI passou a investigar os empresários brasileiros Emerson Pires e Luiz Capuci por um esquema de fraude de US$ 62 milhões (o que equivale a R$ 314 milhões, em conversão direta) em criptomoedas. De acordo com a acusação, os dois fundadores da Mining Capital Coin (MCC) enganaram os investidores sobre os programas de mineração e investimento.
Segundo as autoridades dos EUA, a empresa estava envolvida na venda fraudulenta de programas de mineração, e ainda garantia que os investidores iriam obter lucros notáveis com a prática. O que acontecia, na realidade — de acordo com essa acusação —, é que em vez de aplicar o valor investido na mineração em si, Capuci desviava os valores para carteiras digitais que ele mesmo controlava. Assim como no caso da rainha das criptomoedas, este também segue em investigação.