Menos Contratos Inteligentes, Mais Subnets Brilhantes

Esse texto foi traduzido do original escrito por Collin Cusce

Os contratos inteligentes nos levaram aonde estamos hoje, mas muitos estão sendo movidos para subnets (sub-redes). Esta é uma evolução natural. Contratos inteligentes têm sido usado sempre que necessário. Agora que as subnets são uma opção viável, várias das redes mais complicadas (e mais usadas) começarão a se mover para estabelecer sua própria rede usando a arquitetura de subnet da Plataforma Avalanche.

O problema com contratos inteligentes

Está bastante claro para qualquer pessoa que acompanha o mercado de DeFi, as finanças decentralizadas, que altas taxas de transação são uma barreira para a adoção. A comunidade DeFi apontou a taxa de transferência transacional (TPS – Transações Por Segundo) como o problema, mas não é só isso. Os próprios contratos inteligentes são muito lentos e altamente redundantes. Eles exigem que todos os nós do planeta verifiquem a chamada do contrato, quer tenha ou não interesse no sucesso do contrato. Há um problema com o modelo de contrato inteligente; um problema que só agora poderia ser visto na íntegra.

Um pouco de elogio aos contratos inteligentes

O objetivo aqui não é dizer que contratos inteligentes são ruins. É importante notar que os contratos inteligentes são muito bons em muitos aspectos. Os desenvolvedores os usaram por um motivo e continuarão a usá-los em diferentes capacidades daqui para frente.

Existem várias vantagens que os contratos inteligentes fornecem:

1. São descentralizados e imutáveis.
2. Têm poucas barreiras de entrada.
3. Interoperam entre si.

Essas vantagens não são desprezíveis. Isso causou os efeitos de rede que temos hoje e levou ao DeFi boom na rede Ethereum. Os contratos inteligentes não estão indo embora.

Contratos Inteligentes são usados em excesso

Os contratos inteligentes definitivamente abriram nossos olhos para os benefícios da lógica de negócios descentralizada. No entanto, há muitos indicadores de que algumas das principais tarefas que os desenvolvedores usam contratos inteligentes para resolver são provavelmente mais adequadas a outra ferramenta: subnets. Essa ferramenta não existia em uma rede globalmente descentralizada antes do Avalanche.
Do ponto de vista da rede, o uso de contrato inteligente é desgastante. Custa altas taxas de gás por um motivo: o gas funciona como um regulador do uso. Há um pequeno cano e se tentarmos empurrar muita liquidez por ele, ele congestionará. Apenas as transações mais importantes devem passar, e elas pagam taxas de gás mais altas.
As altas taxas não são simplesmente uma função da taxa de transferência transacional. Fazer um tubo mais largo apenas empurra o problema para um momento em que o tubo não é largo o suficiente novamente. Taxas altas são um indicador de que as transações que estão sendo bombeadas por meio de uma única rede da Camada 1 são muito complicadas, computacionalmente intensivas ou em volume muito alto para serem sustentáveis ​​em uma rede da Camada 1 de uso geral.
Eles merecem sua própria rede.

Então, vieram as subnets!

Construir uma blockchain de Camada 1 do zero é uma tarefa extremamente difícil. Poucos grupos lançaram com sucesso uma nova rede de Camada 1 que alcançou tração alta o suficiente para ser considerada significativa. Felizmente, a plataforma Avalanche foi construída de tal forma que permite a qualquer pessoa lançar uma nova camada 1 com sua própria máquina virtual.
A Plataforma Avalanche é tão radicalmente diferente dos paradigmas existentes que às vezes é difícil para os recém-chegados entendê-la. Os princípios são diretos:
1. O protocolo de consenso é separado da máquina virtual (VM).
2. A VM é o código que gerencia os dados.
3. Uma blockcain tem uma única VM, mas o mesmo tipo de VM pode executar qualquer número de blockchains.
4. As subnets são, em sua maioria, redes Avalanche independentes com um endereço definido na Plataforma Avalanche.
5 .Os validadores de uma subnet são um subconjunto dos validadores da Plataforma Avalanche.
6. A associação à subnet é opcional, exigindo incentivos para atrair pessoas para a validação.
7. As subnets podem ter uma ou mais blockchains sendo validadas.
8. As transações entre cadeias são possíveis, pois cada validador fala a mesma língua.
9. As transações entre subnets são possíveis, mas cabe à VM e aos operadores da blockcchain saber quem e como eles aceitam essas transações 10. A plataforma é projetada para múltiplos ativos e todos os dados são um ativo.
Qualquer um pode escrever sua própria VM, qualquer um pode lançar sua própria sub-rede, qualquer um pode implantar sua própria cadeia e qualquer um pode criar seus próprios ativos.
VMs, blockchains e subnets podem pegar alguns dos contratos inteligentes mais complicados ou usados ​​com frequência e colocar essa lógica em uma blockchain de seu próprio design. Não precisa ser complicado, usar muita memória ou mesmo um blockchain. Ele pode apenas atualizar o estado atual e ignorar todos os dados históricos, se desejar. Como alternativa, pode ser uma prova tremenda e rigorosa, forçando todo o histórico a ser replicado em todos os clientes. No entanto, essas atualizações replicadas seriam enclausuradas em uma subnet, apenas replicadas para clientes interessados ​​em validar essa rede.

O argumento para subnets

As subnets fornecem um modelo alternativo para lógica de negócios automatizada. Em vez de alargar o tubo, eles são, em vez disso, ramificações de tubos menores do tubo mais largo. A liquidez especializada pode fluir por meio dessas redes capilares e inundar a rede principal de várias maneiras programáveis.
Por serem especializadas, as subnets permitem que as partes interessadas, suficientemente incentivadas, validem uma subnet. Em vez de depender de todo o mundo para validar a transação, pessoas com stake, capital real, com pele real no jogo, podem validar os dados. Eles são economicamente incentivados a dar continuidade à continuidade e integridade adequadas da subnet. Eles também são incentivados a expandir essa rede para aumentar a demanda por seus ativos, criando efeitos de rede.

Exemplo Concreto: Uma subnet da Uniswap

Uniswap é a corretora descentralizada (DEX) do Ethereum que permitiu que o movimento DeFi decolasse de uma forma que ninguém poderia ter previsto. Virou referência no mundo do DeFi. Como líder predominante em contratos inteligentes chegou a passar em alguns momentos o volume diário da Coinbase, a maior corretora centralizada tradicional dos Estados Unidos.
A Uniswap tem um tráfego de rede tremendo no Ethereum. Em alguns dias chega a consumir 15% de todo o gás da rede Ethereum, tornando-se o contrato inteligente mais usado até agora. Se esse tráfego pudesse ser movido para fora da rede, os preços do gás para toda a rede seriam significativamente mais baixos. O objetivo do design das subnets é fazer exatamente isso: transferir o poder para as partes interessadas.
Todos os fundos da Uniswap estão em pools de liquidez fornecidos por provedores de liquidez. Se alguém deseja fornecer liquidez ao Uniswap, deve colocar duas criptomoedas de igual valor no contrato. Por exemplo, para fornecer para o par ETH / USDT, colocamos 1 ETH e 3800 USDT (no momento deste artigo). O índice de valor na carteira deve permanecer o mesmo, independentemente da liquidez sendo removida. Se alguém tirar 1 ETH, também deve colocar o valor correspondente de USDT para equilibrar o valor da carteira. É um conceito muito simples e não entraremos em detalhes aqui, mas a lógica é direta e os contratos são de código aberto.
Provedores de liquidez têm grande interesse no sucesso dos mercados que estão criando. Pedir que eles executem uma máquina virtual (VM) fina em uma subnet para manter as pools de liquidez nos quais estão interessados ​​é razoável. Forneça dois AssetIDs a uma sub-rede com saldos de igual valor e seu nó pode começar a validar a subnet Uniswap. Isso recompensa seu nó com taxas de transação de 0,3%, semelhante ao Uniswap.
A vantagem disso é que você não precisa mais se preocupar com o tráfego. Cada subnet é seu próprio canal conectado à rede maior. Cada subnet tem um hardware independente e um requisito computacional. O valor da Subnet Uniswap é independente da rede maior. O uso de seus recursos afeta apenas os recursos investidos por partes investidas. Isso diminui o risco, garantindo que os envolvidos tenham uma participação real mensurável no sucesso da subnet.

O estado das subnets

O grande problema com as novas tecnologias é que, ao tentar aumentar ou substituir tecnologias antigas, leva tempo para que amadureçam até o ponto em que seja viável. A plataforma Avalanche não é diferente. Estou dizendo isso para deixar absolutamente claro: ainda há trabalho a ser feito, especialmente no lado da experiência do usuário. As subnets precisam amadurecer mais e, definitivamente, estamos vendendo uma visão e não uma realidade finalizada. No entanto, a parte difícil está completa, e não há nada aqui que seja teórico ou radicalmente experimental. Tudo é conhecido ou cognoscível.
Em outras palavras: isso vai acontecer.
Existem alguns tópicos e recursos restantes a serem desenvolvidos e examinados:

1 – Padronização de formato de transação entre subnets (cross-subnets)
2 – Padronização de transações entre blockchains (cross-chain)
3 – Estruturas de incentivos flexíveis.
4 – Arquiteturas de rede abertas e sem permissão mais variadas.
5 – Staking de ativos e funções de recompensa personalizadas.
6 – A possibilidade de taxas de aluguel de subntes para limpeza das redes na Rede-P
7 – Experiência aprimorada do desenvolvedor de máquinas virtuais

As subnets já existem. É um recurso atualmente no protocolo Avalanche. É importante que os recursos adequados sejam integrados para apoiar o crescimento da Plataforma Avalanche. Isso requer uma comunidade.

Planejamento para o inevitável

Haverá um mundo em que deixará de fazer sentido que os sistemas sejam construídos em redes de um tubo, como o Ethereum. É perfeitamente claro que isso está acontecendo. Imagine um sistema DNS verdadeiramente descentralizado que automatiza a lógica de controle reservada para ICANN, mas em escala global. Imagine um aplicativo de mensagens descentralizado que não é onerado por taxas de transação e restrições de transferência. Imagine um sistema de oráculos que fornece feeds confiáveis ​​a qualquer pessoa ou rede que precise, mas em velocidades da web e de maneira totalmente descentralizada. Protocolo de handshake, Status.im, Chainlink … quantas redes podem se beneficiar do valor concentrado em uma subnet executada de forma independente com sua própria máquina virtual?
É hora de começar a imaginar as melhorias que podem ser feitas no ecossistema mais amplo. É hora de começar a falar sobre para onde podemos migrar e quais ideias anteriores podem renascer por meio do uso de subnets. É hora de começar a contribuir com o Avalanche para tornar essas ideias reais e construir a comunidade que sempre desejamos.

Contribute code: https://github.com/ava-labs

Contribute socially: https://chat.avax.network

Contribute community: https://forum.avax.network/

Marcelo Pravatta é engenheiro eletrônico formado pela USP, coproprietário do site www.criptos.com.br , canal do youtube Criptos e entusiasta de criptomoedas e DeFi.