EUA condena golpista que criou criptomoeda falsa e roubou US$ 6 milhões
Na última quinta-feira (21), os EUA condenaram um homem chamado Randall Crater, 51, pela criação de uma criptomoeda falsa e pelo roubo de US$ 6 milhões. O acusado liderou um esquema para fraudar investidores ao comercializar e vender a moeda virtual fraudulenta.
De acordo com documentos judiciais e provas apresentadas no julgamento, Crater fundou a My Big Coin Pay Inc. (My Big Coin), uma suposta empresa de serviços de pagamento virtual e de criptomoeda com sede em Las Vegas, Nevada, e ofereceu serviços de pagamento por meio da moeda digital fraudulenta, “My Big Coins”, que ele comercializou para investidores entre 2014 e 2017 usando deturpações sobre a natureza e o valor das moedas.
Golpista cria criptomoeda falsa
Crater e seus associados alegaram falsamente que My Big Coins era uma criptomoeda em pleno funcionamento, apoiada por US$ 300 milhões (o equivalente a R$ 1,6 bilhão) em ouro, petróleo e outros ativos valiosos. Crater também disse falsamente aos investidores que a My Big Coin tinha uma parceria com a MasterCard e que as moedas poderiam ser prontamente trocadas por dinheiro vivo ou outras criptomoedas.
O problema é que, na realidade, as moedas não eram lastreadas em ouro ou outros ativos valiosos, não tinham parceria com a MasterCard e não eram prontamente transferíveis, para o azar dos investidores. “Ao longo do esquema, Crater desviou mais de US$ 6 milhões de fundos de seus clientes para seu próprio ganho pessoal, incluindo gastar centenas de milhares de dólares em antiguidades, obras de arte e jóias”, diz o julgamento.
O relatório aponta que, em janeiro de 2018, a Commodity Futures Trading Commission (CFTC) anunciou acusações de fraude de commodities contra Crater e My Big Coin Pay Inc. A CFTC também apresentou acusações civis contra o CEO da My Big Coin, John Roche, e dois dos associados de Crater, Mark Gillespie e Michael Kruger.
Crater foi condenado por quatro acusações de fraude eletrônica, que acarreta uma pena máxima legal de até 20 anos de prisão para cada acusação, e três acusações de lavagem de dinheiro, que acarreta uma pena máxima legal de até 10 anos de prisão para cada acusação. O condenado está programado para ser sentenciado em 27 de outubro.
“Um juiz do tribunal distrital federal determinará qualquer sentença após considerar as Diretrizes de Sentença dos EUA e outros fatores estatutários”, diz o texto publicado pea Divisão Criminal do Departamento de Justiça dos EUA. O FBI, USPIS e CFTC investigaram o caso.
O golpista responsável por criar uma criptomoeda falsa e roubar US$ 6 milhões não é o primeiro a fomentar práticas de má fé no mercado cripto. Anteriormente, os empresários brasileiros Emerson Pires e Luiz Capuci foram acusados por fraude de US$ 62 milhões em criptomoedas. De acordo com a acusação, os dois fundadores da Mining Capital Coin (MCC) enganaram os investidores sobre os programas de mineração e investimento.
Segundo as autoridades dos EUA, a empresa golpista estava envolvida na venda fraudulenta de programas de mineração, e ainda garantia que os investidores iriam obter lucros notáveis com a prática. O que acontecia, na realidade — de acordo com essa acusação —, é que em vez de aplicar o valor investido na mineração em si, Capuci desviava os valores para carteiras digitais que ele mesmo controlava.