Australiana recebe US$ 10,5 milhões em criptomoedas por engano e é condenada a devolver tudo

Uma australiana conhecida sob o pseudônimo de Thevamanogari Manivel foi condenada a devolver cada centavo dos US$ 10,5 milhões (o equivalente a R$ 54 milhões) em criptomoedas que recebeu por engano da empresa Crypto.com, uma plataforma de compra e venda de tokens.

De acordo com o veículo australiano Herald Sun, o que aconteceu foi que, em maio do ano passado,  Thevamanogari Manivel solicitou à Crypto.com um reembolso de US$ 100. Só que, quando a empresa foi realizar o estorno, um erro de digitação mudou tudo: no local em que deveria ser digitado o valor, a equipe escreveu o número da conta da cliente, então na prática o número saiu US$ 10.474.143.

Depois de perceber o equívoco (o que aconteceu uma semana depois, em meio a uma auditoria), a empresa entrou na justiça em busca da quantia transferida. O problema é que a cliente já estava usufruindo do valor erroneamente repassado: além de comprar uma mansão, gastando US$ 1,35 milhão (o equivalente a R$ 6,9 milhões), a mulher também repassou parte do valor para várias contas diferentes.

Essas contas que receberam parte do dinheiro pertencem tanto a amigos quanto familiares, e todas foram bloqueadas por ordem judicial. No entanto, a justiça ainda foi incapaz de encontrar a irmã da cliente, Thilagavathy Gangadory, para quem foi repassada a mansão luxuosa. Isso porque ela não mora na Austrália como Manivel, e sim na Malásia.

Apesar dos esforços da Crypto.com para fazer com que Manivel devolvesse o dinheiro, a mulher sequer apareceu no tribunal. O juiz James Dudley Elliot ordenou que a casa de luxo fosse vendida e que Gangadory deveria devolver à exchange de criptomoedas US$ 1,35 milhão com juros de US$ 27.369. No entanto, ainda existe a possibilidade de  contestar isso para “anular o julgamento”.

Criptomoedas no tribunal

Recentemente, um caso de criptomoedas que rendeu tribunal foi protagonizado pela influencer Kim Kardashian. No início do mês, os advogados de Kim Kardashian tentaram defendê-la de um processo envolvendo a promoção da criptomoeda EthereumMax, que carrega a acusação de pump and dump. Além da influenciadora digital, outras celebridades também fizeram parte da divulgação desse token, incluindo o boxeador Floyd Mayweather e o YouTuber Logan Paul.

Frente à ação coletiva, os advogados da socialite enviaram um pedido a um tribunal na Califórnia para tentar dispensar a denúncia. “Crucialmente, nenhum autor nomeado alega que de fato viu qualquer postagem do Instagram antes de comprar tokens durante o período relevante”, dizem os documentos judiciais.

No pedido, os advogados também argumentaram que as alegações de que os influenciadores (e nisso, inclui a Kim Kardashian) foram pagos em Ether (ETH) para promover o EMAX eram infundadas, levando em consideração a falta de evidências de que a estrela do reality show Keeping up with the Kardashians havia recebido compensação financeira por suas postagens no Instagram.

A equipe jurídica de Kardashian também destacou que não havia evidências apresentadas de Kardashian comprando, recebendo ou vendendo os tokens.