EUA prende homem que roubou US$ 1,4 milhão em criptomoedas

Na última quarta-feira (6), o Departamento de Justiça dos EUA (United States Department of Justice) anunciou a prisão de um homem da cidade de Irving, no Texas, pelo roubo de US$ 1,4 milhão (o equivalente a R$ 6,5 milhões, aproximadamente) em criptomoedas. O criminoso se chama Deependra Bhusal, tem 46 anos e deve cumprir 46 meses de pena, o que equivale a quase quatro anos.

O país norte-americano está concentrado em conter os crimes relacionados ao mercado cripto, e para isso vem conduzindo uma operação especial intitulada Força-Tarefa de Combate ao Crime Organizado e às Drogas (ou OCDETF, na sigla original, que se refere a Organized Crime Drug Enforcement Task Forces). Segundo o próprio Departamento de Justiça, a ideia por trás da OCDETF é identificar, interromper e desmantelar as organizações criminosas de mais alto nível que ameaçam os Estados Unidos usando uma abordagem multi-agência liderada por promotores, orientada por inteligência”.

A participação de Bhusal no esquema de lavagem de dinheiro (ou melhor, lavagem de criptomoedas) consistiu, basicamente, na abertura de contas bancárias e caixas de correio destinados às transações da quantia roubada. Cabia ao rapaz do Texas, ainda, movimentar essas contas para camuflar ao máximo a ligação entre elas e as referentes práticas criminosas. Na prática, o acusado colocava em circulação quantias que não ultrapassassem os US$ 10 mil (R$ 46 mil), para não chamar atenção.

Ainda assim, Bhusal acabou puxando os olhares das autoridades, que já estavam atentas a possíveis movimentações consideradas fora do comum, uma vez que no último mês de março, uma denúncia de lavagem de dinheiro veio à tona. Na ocasião, os outros integrantes dessa quadrilha das criptos — Lois Boyd, de 75 anos, e Manik Mehtani, de 33 anos — foram mencionados em meio ao depoimento de vítimas do estado da Virginia.

Com isso, os dois cúmplices de Bhusal podem responder por lavagem de dinheiro, conspiração por lavagem de dinheiro e violação de um estatuto criminal americano chamado “Travel Act”, voltado para infrações realizadas por intermédio do correio. A pena para os dois pode chegar a 20 anos.

Roubo de criptomoedas nos EUA

Bhusal não foi o único a ser apanhado pela OCDETF por conta de crimes relacionados a criptomoedas. Na última segunda-feira (4), promotores federais do Distrito Sul da Flórida confiscaram com sucesso aproximadamente US$ 34 milhões (ou seja, R$ 159 milhões) em criptos vinculadas à atividade ilegal da Dark Web. O acusado costuma faturar milhões usando um pseudônimo on-line para fazer mais de 100 mil vendas de itens ilícitos e informações de contas hackeadas em vários dos maiores mercados da Dark Web do mundo.

O criminoso em questão chegou a vender informações de contas hackeadas para serviços populares como HBO, Netflix e Uber, e acessou a Dark Web utilizando a rede TOR (The Onion Router), projetada para anonimizar o tráfego de internet de um usuário ocultando os endereços IP dos computadores. Nesse caso, agentes da lei apreenderam várias carteiras de criptomoedas associadas à conduta ilegal da Dark Web.