EUA investigam corretoras Coinbase e Bitmart
Os EUA estão fechando o cerco em torno de três corretoras cripto: Coinbase, Bitfinex e Bitmart. Atualmente, todas enfrentam investigações criminais pelos órgãos reguladores. Na terça (9), a mais famosa delas, Coinbase, divulgou um documento de resultados trimestrais alegando que seus serviços de staking de criptomoedas se encontram sob o olhar estreito da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).
“A empresa recebeu solicitações da SEC para documentos e informações sobre determinados programas de clientes, operações e produtos futuros existentes e pretendidos, incluindo os processos da empresa para listar ativos, a classificação de certos ativos listados, seus programas de staking, e seus produtos de stablecoin e geradores de rendimento”, aponta o documento.
Coinbase
De acordo com a carta dos acionistas da Coinbase, o regulador enviou à empresa um pedido voluntário de informações em maio. No entanto, não sabe se o inquérito se tornará uma investigação formal. A empresa também reconheceu o staking como uma área de alto crescimento, anunciando recentemente que oferecerá esse serviço relacionado ao Ethereum para investidores.
A situação não está fácil para a Coinbase, que registrou prejuízo líquido de US $1,09 bilhão no segundo trimestre, e vem enfrentando dificuldades devido à queda do mercado cripto. A comissão obtida com o staking de criptomoedas representou 8,5% da receita do segundo trimestre, caindo a uma taxa menor do que a receita de negociação.
Essas novas investigações apenas aumentam a montanha de questões legais e regulatórias que a Coinbase está enfrentando atualmente. A SEC também está investigando a troca de títulos não registrados.
Além disso, a empresa está envolvida em cerca de cinco casos legais com potencial para se tornarem ações coletivas com causas variadas, desde enganar clientes até não fornecer informações suficientes.
BitMart
A Federal Trade Commission está investigando a BitMart sobre um hack em dezembro de 2021 que levou a um prejuízo de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões. Trata-se da primeira investigação conhecida da agência sobre os mercados de criptomoedas.
A investigação foi divulgada na quarta-feira em uma ordem da FTC negando um pedido para bloquear os esforços da agência para obrigar a empresa a entregar informações. A BitMart argumentou que a solicitação de documentos da FTC era excessivamente ampla e que algumas das informações estavam localizadas no exterior. As informações vêm do Bloomberg.
Outras investigações
A SEC suspeita que a exchange de criptomoedas Binance tenha vendido títulos não licenciados em sua ICO, e a situação foi suficiente para lançar luz sobre casos antigos, como enfatizado pela agência de notícias Reuters: investigações chegaram a indicar que a Binance se envolveu com lavagem de cerca de US$ 2,35 bilhões (o equivalente a R$ 11,7 bilhões) entre 2017 e 2021.
Em um comunicado divulgado pelo veículo Bloomberg, a Binance (investigada tal como a BitMart e a Coinbase) disse que “não seria apropriado comentar sobre conversas em andamento com reguladores, que incluem educação, assistência e respostas voluntárias a solicitações de informações”, mas a empresa acrescentou que trabalha com as autoridades e que deve continuar a “cumprir todos os requisitos estabelecidos pelos reguladores”.