CEO da Titanium Blockchain confessa fraude de US$ 21 milhões
Na última sexta-feira (22), o CEO da Titanium Blockchain Infrastructure Services Inc. (TBIS), Michael Alan Stollery, confessou fazer parte de um esquema de fraude de criptomoedas que arrecadou aproximadamente US$ 21 milhões (o equivalente a R$ 112 milhões) de investidores do mundo todo. As informações vêm do Departamento de Justiça dos EUA (The United States Department of Justice).
De acordo com documentos judiciais, Stollery, de Reseda, divulgou o TBIS como uma oportunidade de investimento em criptomoeda, atraindo investidores para comprar “BARs”, o token oferecido pela ICO do TBIS, através de uma série de declarações falsas e enganosas. “Embora fosse obrigado a fazê-lo, Stollery não registrou a ICO em relação à oferta de investimento em criptomoeda da TBIS na Securities and Exchange Commission (SEC) dos EUA, nem teve uma isenção válida dos requisitos de registro da SEC”, diz a acusação.
Stollery admitiu que, para atrair investidores, falsificou aspectos dos white papers da TBIS, que supostamente ofereciam aos investidores e potenciais investidores uma explicação da oferta de investimento em criptomoeda, incluindo o propósito e a tecnologia por trás, além das perspectivas de rentabilidade.
A acusação diz que Stollery também plantou depoimentos falsos de clientes no site da TBIS e alegou falsamente que tinha relações comerciais com o Federal Reserve (o sistema de bancos centrais dos Estados Unidos) e dezenas de empresas para criar a falsa aparência de legitimidade.
“Stollery admitiu, ainda, que não usou o dinheiro investido como prometido, mas misturou os fundos dos investidores da ICO com seus fundos pessoais, usando pelo menos uma parte dos recursos da oferta para despesas não relacionadas ao TBIS”, consta a acusação.
Stollery deve ser sentenciado em 18 de novembro e pode pegar até 20 anos de prisão. Segundo o relatório, “um juiz do tribunal distrital federal determinará qualquer sentença após considerar as Diretrizes de Sentença dos EUA e outros fatores estatutários”. O FBI e o Federal Reserve Board estão investigando o caso.
Golpes em criptomoedas
Ainda nesta semana, as autoridades dos EUA condenaram um homem chamado Randall Crater, 51, pela criação de uma criptomoeda falsa e pelo roubo de US$ 6 milhões. O acusado liderou um esquema para fraudar investidores ao comercializar e vender a moeda virtual fraudulenta.
De acordo com documentos judiciais e provas apresentadas no julgamento, Crater fundou a My Big Coin Pay Inc. (My Big Coin), uma suposta empresa de serviços de pagamento virtual e de criptomoeda com sede em Las Vegas, Nevada, e ofereceu serviços de pagamento por meio da moeda digital fraudulenta, “My Big Coins”, que ele comercializou para investidores entre 2014 e 2017 usando deturpações sobre a natureza e o valor das moedas.
Na fraude semelhante à cometida pelo CEO da Titanium, Crater e seus associados alegaram falsamente que My Big Coins era uma criptomoeda em pleno funcionamento, apoiada por US$ 300 milhões (o equivalente a R$ 1,6 bilhão) em ouro, petróleo e outros ativos valiosos. Crater também disse falsamente aos investidores que a My Big Coin tinha uma parceria com a MasterCard e que as moedas poderiam ser prontamente trocadas por dinheiro vivo ou outras criptomoedas.