Polícia Federal investiga lavagem de dinheiro com criptomoedas
Na última quinta (22), a Polícia Federal passou a conduzir uma investigação sobre lavagem de dinheiro com criptomoedas, além de crimes como evasão de divisas. Só na ocasião, já foram cumpridos 101 mandados de busca e apreensão e de prisão. Ao todo, 170 policiais estiveram envolvidos na operação.
A investigação se situa principalmente no estado de São Paulo, com buscas na capital, em Guarulhos, Franca, Campinas, Santo André, Mogi das Cruzes e Barueri. No entanto, a operação também resultou em mandados nas cidades do Rio de Janeiro, Niterói, Belo Horizonte, Florianópolis, Caxias do Sul, Recife e Curitiba.
As investigações se desdobraram por conta de um Relatório de Inteligência Financeira, com comunicações de movimentações bancárias suspeitas envolvendo a negociação de criptoativos.
Para colocar a operação em prática, a Polícia Federal dividiu os suspeitos em três grupos. O primeiro deles passou a ser intitulado como os arbitradores, e é responsável pela aquisição de grandes quantidades de ativos virtuais no exterior, em países como Estados Unidos e Hong Kong.
Enquanto isso, o segundo grupo é consistido por intermediadores, que compravam os criptoativos no Brasil e revendiam para empresas e pessoas físicas. Os interessados, em grande parte dos casos, eram envolvidos com práticas criminosas.
Por sua vez, o terceiro e último grupo envolvia empresas de fachada, que na prática, adquiriam os criptoativos das corretoras especializadas com a finalidade de lavagem de dinheiro.
“Chama atenção o fato de dentre os clientes dessas existirem pessoas mortas, beneficiários de programas assistenciais, idosos com mais de 90 anos de idade, doleiros, contrabandistas e comerciantes de bairros de comércio popular de diversas cidades do país, em especial do Brás e da 25 de Março”, aponta a nota da Polícia Federal.
“Algumas dessas instituições, ao detectarem tais movimentações suspeitas, comunicaram tais fatos ao COAF e encerraram relacionamento com os clientes investigados. Porém, os investigados ingressaram com ações na Justiça e obtiveram decisões judiciais favoráveis, obrigando, assim, os bancos a continuarem movimentando recursos dessas empresas”, completa a Polícia Federal, no comunicado sobre a operação.