Coinbase e Crypto.com demitem funcionários por crise no mercado de criptomoedas
As exchanges Coinbase e Crypto.com sentiram na pele a crise do mercado de criptomoedas, o que desencadeou uma preocupante demissão em massa. Nesta terça (14), o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, comunicou a redução de 18% da equipe — o equivalente a 1.100 funcionários, de acordo com um documento registrado na Comissão de Valores Mobiliários (SEC).
Conforme o documento, a empresa espera chegar a aproximadamente 5 mil funcionários no final de seu atual trimestre fiscal, em 30 de junho de 2022. “A empresa estima que incorrerá em aproximadamente US$ 40 milhões a US$ 45 milhões [o equivalente a R$ 204 a R$ 230 milhões] em despesas totais de reestruturação, todas relacionadas à demissão de funcionários e outros benefícios de rescisão”, consta no relatório.
O documento da SEC ainda estima que todos os funcionários demitidos devem receber indenização por pelo menos 14 semanas, além de seguro de saúde ao longo de quatro meses e recursos para procura de emprego.
No comunicado que Armstrong compartilhou em seu perfil do Twitter, o argumento para a demissão em massa é que a receita comercial diminuiu significativamente durante o temido inverno cripto. “Parece que estamos entrando em recessão após um boom econômico de mais de 10 anos. Uma recessão pode levar a outro inverno cripto e pode durar por um longo período”, escreveu o CEO.
Segundo o biIionário, a empresa se depara com um rápido crescimento no número de funcionários, desde 2021, chegando a aumentar quatro vezes nos últimos 18 meses. O executivo completa que seus custos com funcionários são “muito altos para efetivamente gerenciar um mercado tão incerto.”
Já no último dia 10, Armstrong utilizou o Twitter para criticar seus funcionários por emitir uma petição pública para remover alguns executivos seniores da Coinbase (o diretor de operações Emilie Choi, o diretor de produtos Surojit Chatterjee e o diretor de gestão de pessoas LJ Brock), que têm tomado decisões que “não são do melhor interesse da empresa, de seus funcionários e de seus acionistas”. As acusações vão desde cultura tóxica no local de trabalho até a responsabilidade pelo fracasso da plataforma Coinbase NFT.
Demissão em massa na Crypto.com
Tal qual Armstrong, o CEO da Crypto.com, Kris Marszalek, também foi ao Twitter para anunciar que a exchange com sede em Cingapura reduziria sua força de trabalho. Ao todo, são 260 funcionários, o que representa 5% da empresa. “Nossa abordagem é manter o foco na execução de acordo com nosso roteiro e otimizar a lucratividade à medida que fazemos isso, o que significa tomar decisões difíceis e necessárias para garantir um crescimento contínuo e sustentável a longo prazo”, escreveu o CEO.
“Iremos continuar avaliando a melhor maneira de otimizar nossos recursos para nos posicionarmos como os mais fortes desenvolvedores durante o ciclo de queda para nos tornarmos os maiores vencedores durante o próximo ciclo de alta”, completou Marszalek.
Além da Coinbase e da Cryptos.com a corretora de criptomoedas Gemni, criada pelos gêmeos bilionários Tyler e Cameron Winklevoss, demitiu 10% dos funcionários e fechou todos os escritórios físicos.