Polícia do Paraná prende suspeito de golpe com criptomoedas; prejuízo é de R$ 30 milhões
Na última quarta-feira (23), a Polícia Civil do Paraná prendeu um empresário suspeito de aplicar golpes envolvendo criptomoedas. A prisão aconteceu em Curitiba, e faz parte de uma investigação em torno de um esquema de pirâmide que chegou a atingir centenas de vítimas, causando ao todo um prejuízo de R$ 30 milhões. Por enquanto, dois outros suspeitos continuam foragidos.
As informações vêm de um comunicado conduzido pela própria Polícia Civil, que menciona a alta complexidade da investigação. Confira a nota na íntegra:
A Polícia Civil do Paraná (PCPR) deflagrou operação, nesta quarta-feira (23), contra grupo criminoso que aplicava golpes de criptomoedas. O prejuízo gerado às vítimas é avaliado em mais de R$ 30 milhões. Os policiais civis cumpriram cinco mandados de busca e apreensão. A ação aconteceu simultaneamente em Curitiba e em Criciúma (SC). Um suspeito foi preso em Curitiba. Outros dois alvos continuam foragidos, pois as investigações de alta complexidade apontam que eles estão no Canadá. A PCPR solicitou a inclusão dos mandados na lista de difusão vermelha da Interpol, para concretizar as prisões. A PCPR apurou que os indivíduos usavam o dinheiro das vítimas para os investimentos em criptomoedas e não repassavam a rentabilidade dos valores a elas.
Em entrevista ao G1, o delegado Guilherme Dias, envolvido na operação, revelou que esse golpe era aplicado por uma empresa que prometia investir os valores dos clientes em criptomoedas, mas sequer havia autorização para operar no mercado. A teoria, segundo o delegado, é que esses valores — altos, conforme apuração da polícia, que chegou a descobrir aplicações entre R$ 100 e R$ 300 mil — eram transferidos para os próprios sócios, e o restante era “encaminhado para retroalimentar a pirâmide”.
Golpes brasileiros com criptomoedas
Não é a primeira vez na semana que um golpe a base de criptomoedas chama atenção das autoridades brasileiras. Na última segunda-feira (21), a Polícia Federal prendeu um casal suspeito de fraude, também no Paraná, mas dessa vez em Missal e Medianeira. O casal oferecia serviços de investimento, com direito a rendimento sob prazo contratado.
Com o fim desse prazo, os clientes deveriam optar por renovar o serviço ou encerrar e solicitar o saque do valor investido e dos lucros. Aí que o golpe entra: o site do casal indicava um lucro expressivo, para chamar a atenção do cliente e incentivar a continuar com o investimento, e ainda oferecia viagens e itens para quem indicasse o serviço a outros clientes, bem no esquema pirâmide.
Já no início de fevereiro, três policiais civis de Goiás foram presos, acusados de sequestrar, ameaçar e coagir um negociador conhecido no mundo das moedas digitais — embora não tenha seu nome revelado pelas autoridades — a transferir 4 bitcoins, o equivalente a R$ 994,7 mil, na época. Segundo o depoimento da vítima, a exigência era de 10 bitcoins inicialmente (o equivalente a R$ 2 milhões). A movimentação ocorreu através de um QR Code fornecido pelos próprios policiais acusados. A própria vítima já tinha sido investigada em uma operação relacionada a esquema de pirâmide.