O Bitcoin pode decolar a qualquer momento
Muitos entusiastas de criptomoedas estão dizendo que esse ano estamos repetindo 2016.
Mas o que isso significa?
2016 foi o ano em que houve
o penúltimo Halving, o evento
em que a criação de novos bitcoins cai pela metade.
O choque de oferta parece ter sido um dos principais motivos da subida dos
preços, considerando que esse Halving ocorreu em julho de 2016.
Nessa época já faziam mais de 2 anos que o preço do bitcoin não havia
apresentado nenhum crescimento grande e sustentável na sua cotação, sendo que a
última máxima fora de aproximadamente $1000 USD em dezembro de 2013.
Foi então que o preço do Bitcoin subiu 50% entre o Halving em julho e dezembro
do mesmo ano, chegando em torno de $1000 USD em dezembro de 2016.
Ao avançarmos mais 12 meses vemos que o preço do Bitcoin subiu incrivelmente mais 20 vezes, chegando a $20.000 dólares em dezembro de 2017.
Esse ativo já ficou bastante conhecido nos últimos 10 anos por se tornar um verdadeiro foguete em alguns momentos e essa nova alta ajudou a reforçar essa característica.
Mas por que 2020 poderia repetir essa trajetória de 2016?
O último Halving do Bitcoin ocorreu em maio desse ano e novamente a criação de novos bitcoins foi reduzida pela metade.
O preço atual do Bitcoin de $11.300 dólares é “apenas” 13% superior ao valor na época do Halving em maio desse ano.
Se esse ano o Bitcoin subir novamente 50% depois do Halving depois de 5 a 6 meses, igual em 2016, isso significa chegar em torno de $15000 dólares ainda em 2020.
E ainda potencialmente superar os $100.000 dólares em 2021.
OK. Mas ganhos passados não são garantia de ganhos futuros, certo?
Evidentemente não podemos nos iludir sem motivo.
Porém eu gostaria de focar nesse momento na questão do choque de oferta, visto que a taxa de criação de novos bitcoins criados foi reduzida pela metade há apenas 5 meses.
O número de novos bitcoins criados por dia diminuiu de 1800 para 900, aproximadamente.
Essa diferença é equivalente a quase 60 milhões de reais a menos por dia, o que diminui a pressão vendedora.
Mas agora tem uma informação que considero extremamente crítica e positiva para o aumento de preço.
Segundo o Glassnode a quantidade atual de bitcoins perdidos ou que saem de corretoras e são enviados para carteiras pessoais alcançou 1375 bitcoins por dia.
Como são criados aproximadamente 900 bitcoins novos por dia, temos uma demanda de quase 500 bitcoins novos por dia, que não pode ser suprimida pela mineração atual.
Considerando a lei da oferta e da demanda podemos concluir que o preço do Bitcoin tende a subir novamente e possivelmente no curto prazo.
A escassez de Bitcoin está muito grande.
Mas se por um lado temos escassez na oferta, como está a demanda?
Podemos usar também métricas para demonstrar o aumento da demanda por bitcoin, como por exemplo o aumento de usuários e de bitcoins comprados pela Grayscale, o aumento no número de endereços de bitcoins criados, o aumento no volume de negociação diária, o aumento de interesse de investidores institucionais, entre outros.
E não podemos nos esquecer que 2020 ainda tem um combustível extra que não havia em 2016.
Esse ano, por causa da pandemia do Covid-19, os bancos centrais de diversos países ligaram as impressoras de dinheiro para tentar estimular a economia, o que também ajudar a impulsionar os preços de ativos escassos como bitcoin, ouro, imóveis, entre outros.
Ou seja, temos potencialmente as mesmas condições de 2016 para uma nova alta de preços e ainda turbinada pelos governos do mundo todo.
Estaríamos prestes a ver o foguete disparar novamente?
Marcelo Pravatta é engenheiro eletrônico formado pela USP, coproprietário do site www.criptos.com.br , entusiasta de criptomoedas e escola austríaca de economia