Conheça The Graph: O Google da Blockchain

Como você realiza buscas na internet?
Essa pergunta é de fácil resposta. É só usar um buscador como o Google.

Mas como você faz uma busca dentro da blockchain?
Essa já não é tão óbvia e provavelmente poucas pessoas e mesmo entusiastas de criptomoedas não saibam a resposta.
Na verdade não existe, ou melhor não existia nada parecido com o Google para buscar dados dentro da Blockchain de maneira prática e eficiente.
Mas agora existe.
O nome desse projeto é The Graph e ocorrerá a venda pública inicial do seu token nativo, o GRT, no próximo 22 de outubro, sendo que as inscrições devem ser feitas até no máxima 15 de outubro.
Para mais informações da venda pública inicial clique aqui.

Mas o que é exatamente o The Graph?

The Graph é um protocolo descentralizado para indexação e consulta de dados de blockchains, começando com Ethereum. Torna possível consultar dados que são difíceis de consultar diretamente.

Um exemplo prático para entender é o aplicativo descentralizado CriptoKitties.
Se eu quiser saber quantos CriptoKitties uma determinada conta possui ou quando um CriptoKitty específico foi criado, a consulta pode ser feita de maneira direta e prática.
Porém se eu quiser saber quem são os donos dos CriptoKitties criados de janeiro a fevereiro de 2018, fica muito mais difícil de consultar.
Esse último é um exemplo de tipo de serviço de consulta fornecido pelo The Graph.

Mas não pense que você vai utilizar esse protocolo todos os dias da mesma maneira que utilizamos o Google.
O The Graph tem como foco principalmente desenvolvedores que precisam acessar dados dentro da blockchain.
Aplicações de DeFi como Uniswap, Synthetix, Gnosis, AAVE, Aragon, Moloch e muitos outros já utilizam os serviços do The Graph atualmente, porém ainda de maneira centralizada.
O mercado do produto do The Graph tem sido notável, com mais de 3.000 subgraphs implantados, milhares de desenvolvedores e mais de 300 milhões de consultas processadas por dia.
Abaixo Figura 1 com o gráfico de consulta de dados desse ano.

O projeto iniciou no final de 2017 e já conseguiu levantar fundos no valor de $7,5 milhões de dólares.
A equipe de desenvolvedores do The Graph veio preparando nos últimos a mudança do atual sistema centralizado para uma rede blockchain descentralizada visando aumentar a segurança do sistema, evitando assim ter pontos de falhas, comumente presentes em sistemas centralizados.
E o projeto segue a todo vapor.
Para manter o serviço de consultas de maneira descentralizada a equipe desenvolveu um ecossistema rebuscado com incentivos para quem ajudar no funcionamento do sistema.
Qualquer pessoa poderá atuar como Indexers, Curators e Delegators. Para mais detalhes do funcionamento acesse aqui.
E dando sequência ao desenvolvimento do projeto, esse ano começou a ser rodada a testnet que conta atualmente com mais de 200 indexers e mais de 1000 curators ativos.
Além disso alguns dos nomes registrados como Curators são bastante conhecidos como Coinmarketcap, Coingecko, Messari, Sinthetix, Delphi, Zapper, entre outros.
Indexers, Curators e Delegators serão remunerados com token GRT pelos seus serviços e serão pagos pelos clientes, sendo esses últimos geralmente os desenvolvedores que precisam consultar dados na bockchain.
Fazendo uma analogia, pagar pelo serviço de consulta dentro da Blockchain em GRT seria equivalente a pagar por um servidor em nuvem como o AWS, ao invés de rodar seu próprio servidor.
Antes do The Graph, as equipes precisavam desenvolver e operar servidores de indexação proprietários. Isso exigia recursos significativos de engenharia e hardware e quebrava as propriedades de segurança importantes exigidas para a descentralização.

O The Graph também anunciou recentemente parceria com a Chainlink, o Oracle das blockchains.
Esse projeto se tornou bastante popular esse ano e a sua moeda nativa, o LINK, atualmente é um dos ativos entre os 10 maiores do mercado de criptomoedas em capitalização de mercado.

O mundo de inovações no mundo da Blockchain e dos DeFis está aquecido e novidades como o The Graph parecem ter muito a somar nesse ecossistema.

O leitor antenado no mundo dos DeFis já deve ter percebido que o gráfico de uso diário do The Graph da Fig 1 subiu exponencialmente esse ano de maneira bastante correlacionado com o uso de DeFi recentemente, mostrado na Fig 3 abaixo.

É importante notar também na Fig 3 que a corretora descentralizada Uniswap tem 23% de dominância em DeFi atualmente.
Conforme informação do The Graph no site oficial do projeto, a Uniswap é justamente uma das aplicações que atualmente tem usado os serviços de consultas do The Graph.
Parece haver uma correlação entre aumento dos DeFis e aumento do uso do The Graph.
Tudo leva a crer que o crescimento dos DeFis deve continuar, conforme já escrevemos recentemente aqui.
Aumento gigantesco de uso dos DeFis tem significado aumento exponencial das consultas no The Graph esse ano.
É bom ficar de olho no The Graph e também em seu token GRT, que vai ser distribuído muito em breve.

Marcelo Pravatta é engenheiro eletrônico formado pela USP, coproprietário do site www.criptos.com.br , entusiasta de criptomoedas e escola austríaca de economia