Bitcoin – Explicação para Leigos
Fala, pessoal. Aqui é o Daniel Scocco do canal criptos.com.br. Muitas pessoas tem chegado pra mim e falado: Daniel, gostaria que você gravasse um vídeo explicando o que é o Bitcoin, mas partindo da premissa que eu não sei nada sobre o assunto, praticamente zero.
Então esse é o objetivo deste vídeo, um apanhado geral para que você entenda quais são as características do Bitcoin. Obviamente, cada um desses pontos, eu vou falar de uma maneira superficial, mas depois você pode se aprofundar, ou vendo vídeos passados no canal, ou acompanhando o canal. Nos próximos vídeos eu vou explicar também cada um dos pontos. Beleza?
Bom, vamos lá. Eu vou falar que isto é para o Bitcoin, mas tenha em mente que estas características que a gente vai descrever se aplicam praticamente a qualquer criptomoeda, com alguma variação.
Vamos lá. Primeiro ponto: Bitcoin é uma moeda digital, algo como o Euro, o Dólar ou o Real, só que 100% digital. Isso implica que você pode realizar pagamentos com o Bitcoin, comprar um produto ou um serviço, transferências, enviar dinheiro para uma outra pessoa ou para você mesmo, para outra conta sua. Pode funcionar como reserva de valor ao longo do tempo. Praticamente todas esses pontos tem espaço para discussão até que ponto o Bitcoin de fato realiza isso, tem essas características. Mas em vídeos futuros a gente vai abordar, porque envolve temas de economia e etc.
O Bitcoin se propõe a ter anonimato, ou seja, a mesma privacidade que você teria ao realizar uma compra com dinheiro em espécie, você vai numa loja e paga, o dono dessa loja não vai ter nenhuma informação sobre você. Então o Bitcoin se propõe a ter esse mesmo anonimato, só que digitalmente. Não é fácil você conseguir esse objetivo e também é discutível se o Bitcoin tem 100% de anonimato ou não. Num vídeo futuro a gente vai falar mais sobre isso, mas enfim se propõe a garantir a privacidade dos usuários.
Por fim, um ponto bem interessante é que o Bitcoin tem uma base monetária fixa, isso quer dizer que existe um número máximo de Bitcoins que vão estar em circulação, que é de 21 milhões. Hoje já estão em circulação quase 18 milhões. Como que um Bitcoin novo entra em circulação? Basicamente quando um minerador cria um bloco novo, ele recebe um certo número de Bitcoins como recompensa por ter criado esse bloco. Então assim gradualmente vai crescendo o número de Bitcoins em circulação, até chegar nesses 21 milhões e depois disso não vai ser criado mais nenhum Bitcoin. Isto aqui tenta se aproximar do comportamento do ouro, que tem uma oferta limitada, que são as reservas de ouro que estão no chão, mundiais e todo ano um pouco mais de ouro é extraído do chão, então gradualmente vai aumentando essa base monetária até chegar nesse limite.
Segundo ponto: Bitcoin é uma moeda descentralizada. Isto se manifesta de diversas maneiras. Primeiro ponto: porque que é descentralizada? Porque não existe uma autoridade central que controla o Bitcoin. Não tem um governo por trás, não tem uma empresa. Por exemplo, o caso do PayPal, que é uma rede de pagamento, você tem uma empresa PayPal que controla todas as transações, diz se a transação é válida ou não, consegue reverter. No caso de Bitcoin não, não existe nenhuma autoridade central
Muitas vezes o Bitcoin é descrito como uma rede peer-to-peer, uma moeda peer-to-peer, no fundo é a mesma coisa. No peer-to-peer as transações aqui vão ser feitas de um usuário para outro usuário sem passar por um servidor central, por uma empresa. Isso é parecido com o que acontecia quando existiam aqueles softwares de compartilhamento de música, o Napster, o Kasaa, onde basicamente esses arquivos musicais não estavam armazenados em um servidor central. Eles ficavam no computador dos próprios usuários e quando você baixava, você ia baixar a música de outro usuário diretamente. Por isso chamado peer-to-peer. O funcionamento da rede Bitcoin é bem parecido, quando você vai enviar uma transação, basicamente você emite uma informação para o resto da rede inteira falando: eu, Fulano estou enviando X Bitcoins para Beltrano. Aí os outros nós vão ouvir essa informação que você está passando, validar e atualizar o registro deles lá de acordo.
Também podemos dizer que o Bitcoin é descentralizado porque o software é código aberto. Foi publicado em 2009 e qualquer pessoa pode baixar, ler esse código, modificar esse código e lançar uma versão alternativa do Bitcoin. Então isso também cria uma certa descentralização e também qualquer pessoa pode rodar esse código no seu computador e se tornar um nó da rede Bitcoin e começar a ajudar a validar as transações, tentar minerar os blocos. Então isso também contribui para essa descentralização.
Por fim, um último ponto aqui da descentralização é que o Bitcoin trabalha com um consenso distribuído, ou seja, visto que não temos uma autoridade central decidindo quais transações são válidas ou não, qual a ordem dessas transações, é preciso que se chegue em um consenso distribuído, que todos os nós da rede, depois de um certo período e através de certas estratégias, de certos protocolos que são definidos, eles cheguem em um consenso, de quais são as transações válidas, qual é a ordem. É bem interessante o modo como isso acontece, num vídeo futuro a gente também vai abordar isso aqui em mais detalhes.
Por fim, terceiro ponto. Bitcoin é uma moeda baseada em criptografia. Então para atingir quase todas essas características que a gente descreveu, a criptografia está sendo usada. E ela é muito importante. Não é trivial você conseguir criar um sistema de pagamentos, uma moeda digital descentralizada com todas essas características. E foi graças à utilização da criptografia que o Bitcoin conseguiu de uma maneira bem inteligente.
Onde que a criptografia é usada no Bitcoin? Por exemplo nas carteiras. Uma carteira de Bitcoin nada mais é que um par de chaves criptográficas. Tem uma chave pública e uma chave privada. A chave pública é o teu endereço e a chave privada, ela é usada para assinar suas transações. Por isso que aqui tem as assinaturas digitais, baseadas em criptografia.
O Bitcoin também utiliza criptografia para garantir a integridade da estrutura de dados que está armazenando as transações, que é a chamada Blockchain, que nada mais é do que uma sequência de blocos e cada um desses blocos contém um certo número de transações .Por isso que quando a gente fala de minerar, nada mais é do que o minerador, ele vai juntar um certo número de transações de um bloco e “anexar” esse bloco à rede, à Blockchain. A gente usa funções hash, que são as funções de criptografia para garantir a integridade dessa sequência de blocos, para que não seja possível você alterar blocos passados. Ou seja proibitivamente caro você realizar isso.
Por fim também é usada a criptografia na parte de mineração, o Bitcoin usa um conceito que se chama “proof of work”, num vídeo futuro vou falar mais sobre isso, mas fato é que é um desafio criptográfico que o minerador tem que resolver e o minerador que resolve esse desafio criptográfico em primeiro, ele vai poder anexar esse bloco aí que ele criou na Blockchain e por conta disso ganhar recompensa como eu falei de algumas Bitcoins.
Basicamente é isso. Obviamente como eu falei é uma abordagem bem superficial porque cada um desses pontos tem uma série de consequências e uma série de discussões bem interessantes. Por exemplo, o conceito distribuído, quais as implicações e o que ele lhe garante. Base monetária fixa, quais as vantagens em você ter isso. Mas em vídeos futuros a gente vai abordar com mais detalhes. Esse aqui é um apanhado geral, e eu acho bem interessante que agora você já consegue, com 3 pontos chaves você consegue descrever o teu entendimento do que é o Bitcoin:
1) É uma moeda digital
2) É uma moeda descentralizada e
3) É uma criptomoeda, ou seja, uma moeda baseada em criptografia.
Não esquece de curtir o vídeo se você gostou, e se você quer aprender mais sobre Bitcoin e sobre criptomoedas, assina o canal e visita também criptos.com.br. Você pode cadastrar o seu e-mail gratuitamente para receber os próximos artigos, vídeos e mais informações sobre o Bitcoin