The Merge: Ethereum conclui fusão e reduz o uso de energia
Nesta quinta-feira (15), aconteceu a maior atualização da Ethereum, chamada de The Merge, muito aguardada pela comunidade cripto. Na prática, a rede mudou para um novo modelo operacional mais ecológico. Para se ter uma noção, a ideia é que o consumo energético seja reduzido em 99,9%.
O impacto das criptos nas mudanças climáticas é grande, levando em consideração a eletricidade usada pelos computadores que gerenciam suas negociações. A mudança deve passar despercebida entre os consumidores, salvo um cenário em que haja algum problema. Nesse caso, o ecossistema pode ficar comprometido, o que impactaria investidores do mundo inteiro.
Com a mudança, o blockchain do sistema PoW será mesclado com uma cópia carbono chamada Beacon Chain. A novidade contempla, ainda, um sistema de codificação para as criptomoedas nomeado sistema “prova de participação”, também conhecido como PoS. A premissa é reduzir o número de computadores necessários para manter o blockchain, uma vez que os mineradores de criptomoedas são substituídos por um número menor de “validadores” da transação.
A blockchain Ethereum existe desde julho de 2015, e o planejamento para a mudança de hoje está em andamento há vários anos. Como uma transição malfeita poderia ter causado o caos, os desenvolvedores do Ethereum no ano passado “repetidamente adiaram a data da ‘fusão’ para se dar mais tempo para se preparar”.
A mudança foi muito esperada. Quando a fusão começou oficialmente, mais de 41 mil pessoas estavam sintonizadas no YouTube para uma live da fusão Ethereum.
Antes da fusão, o consumo anual de energia da Ethereum era comparável ao do Chile, e sua pegada de carbono era semelhante à de Hong Kong, de acordo com o Índice de Consumo de Energia Ethereum da Digiconomist.
“Após anos de trabalho árduo, a atualização de prova de participação do Ethereum finalmente chegou! A atualização bem-sucedida de todas as redes de teste públicas está agora concluída, e a fusão foi agendada para a rede principal Ethereum”, anunciou a equipe no blog oficial.
O comunicado também diz que os validadores no Beacon Chain precisarão executar um cliente da camada de execução após a mesclagem, além de seus clientes da camada de consenso. “Antes da mesclagem, isso era altamente recomendado, mas alguns validadores terceirizaram essas funções para provedores de terceiros. Isso foi possível porque os únicos dados necessários na camada de execução eram as atualizações do contrato de depósito”, aponta a equipe.
Segundo o anúncio, a fusão terá apenas um impacto mínimo em um subconjunto de contratos implantados no Ethereum, nenhum dos quais deve ser quebrado.
“A fusão é a atualização mais complicada para o Ethereum até hoje. Para minimizar os riscos de interrupções na rede, foi adotada uma abordagem mínima que excluiu quaisquer alterações não transitórias desta atualização”, alerta o grupo. “A transição do Ethereum tem sido uma longa jornada. Obrigado a todos que contribuíram para a pesquisa, especificação, desenvolvimento, análise, teste, quebra, conserto ou explicação de tudo o nos fez chegar à fusão”, completa.